A leishmaniose é uma doença
causada por um protozoário chamado leishmania spp, que é
transmitida pela fêmea
do mosquito palha infectada, apenas a fêmea é hematófaga, pois ela precisa de
sangue para fazer a postura dos ovos, e cada postura a fêmea deposita cerca de
100 ovos.
Esse vetor (mosquito palha) se
desenvolve em solo úmido, rico em matéria orgânica em decomposição, com pouca
luminosidade, e ficam muito mais ativos ao entardecer e a noite.
A doença pode acometer humanos,
cães, gatos e outras espécies, sendo que dentre os animais os cães são a maior
preocupação, pois podem ser os reservatórios da doença mais próximos ao humano,
com relação aos gatos, estes também podem adquirir a doença, mas estes parecem
ter uma resistência natural, e geralmente os gatos que desenvolvem a doença são
os que já têm alguma doença imunossupressora, porém ainda não é bem
esclarecido. É sempre importante ressaltar que a transmissão da doença, nunca
ocorre por contato direto entre as espécies, e sim por intermédio da picada do
vetor.
Após a transmissão da doença, o
parasita pode ficar encubado durante alguns meses até anos no paciente, até que
se iniciem os sinais clínicos, e dependendo da espécie da leishmania, essas
podem se multiplicar e ficar apenas no local da picada, ou disseminar-se para
outros órgãos, e isso faz com que haja a classificação da leishmaniose em
tegumentar e visceral ou calazar.
Na leishmaniose tegumentar o
protozoário se multiplica no interior de células denominadas macrófagos,
fazendo com que apareçam nódulos, que levará a formação de úlceras, que não
causam dor e não são pruriginosas (não coçam), e a quantidade de lesões, varia
conforme a quantidade de picadas. Os locais mais acometidos são as regiões com
pouco ou nenhum pêlo, como: bolsa escrotal, focinho, boca, prepúcio.
Na leishmaniose visceral ou
calazar, cerca de 60% dos animais portadores da doença são assintomáticos, mas
após a inoculação do protozoário no organismo do paciente, também ocorre uma
proliferação destes no local da picada e em seguida a disseminação sistêmica,
levando a diversas alterações clínicas, como: quedas de pêlos, crescimento
exagerado das unhas, emagrecimento progressivo, aumento de gânglios linfáticos,
fraqueza, vômito, diarreia, falta de apetite, doenças oftálmicas, dores e
inchaços articulares, disfunção renal e hepática.
Para o diagnóstico da doença, o
profissional da área da saúde que irá atender deve estar atento aos sinais
clínicos, levando em consideração se o paciente visitou ou é de uma região
endêmica. E existem diversos exames laboratoriais para confirmar ou descartar a
doença, que deve sempre ser conduzido por um profissional capacitado.
O
tratamento da leishmaniose nos
cães sempre foi bastante discutido, pois até poucos meses não havia uma
medicação aprovada, que fosse destinada para o tratamento da leishmaniose na
veterinária, sendo assim, a recomendação para os casos de cães positivos para a
doença, é que fossem submetidos à eutanásia. Mas no final do ano passado foi aprovada
pelo ministério da agricultura uma medicação chamada Milteforan® da Virbac
(Saiba mais sobre a medicação),
para tratamento de cães com leishmaniose, essa medicação faz com que haja
diminuição da carga parasitária do portador, consequentemente melhorando os
sinais clínicos, mas todo paciente que faz uso da medicação após o tratamento
deve fazer acompanhamento veterinário periodicamente, pois o tratamento não
promove à cura, fazendo-se de grande valia a conscientização do tutor, para que
faça os acompanhamentos e que não negligencie a importância disso.
Algumas formas para a prevenção
da doença e cuidados que se deve ter com os animais portadores em tratamento
são: evitar acúmulo de matéria orgânica no ambiente, usar coleiras repelentes,
telas em janelas para evitar a entrada do mosquito, evitar ficar exposto ao
entardecer que é quando o vetor está mais ativo.
A leishmaniose é uma doença que
gera grandes preocupações na saúde pública, por ser uma doença grave, que gera
grande taxa na mortalidade em humanos. Por isso deve ser levada a sério por todos
os profissionais de saúde, notificando os casos suspeitos e orientando a
população.