terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sarna Demodécica

Também chamada de Demodicidose canina, Demodicose canina ou Sarna Negra, é um dos problemas de pele mais comuns na rotina veterinária de pequenos animais, e é considerada uma séria enfermidade, sendo, portanto, um desafio veterinário, já que o tratamento pode ser insatisfatório.

Conhecendo a doença:

Quem causa? Um ácaro chamado Demodex canis. Ele é encontrado normalmente na pele dos animais, e vai causar problemas em algumas situações, por exemplo, em casos de superpopulação desse parasito.

Como é transmitida? Em cães, pelo contato direto da mãe com os filhotes durante a amamentação, e a mãe não precisa necessariamente estar apresentando sinais clínicos da doença. E não significa que todos os filhotes apresentarão a doença.

É transmitida para humanos? Não, essa doença não é considerada uma zoonose.

Como acontece? Em cães, existe a forma localizada e a forma generalizada da doença, e ainda, ela é subdividida nas formas juvenil e adulta. A forma localizada ocorre normalmente em cães jovens (até 1 ano de idade) e se resolve espontaneamente, sendo nesta fase, não recomendado o tratamento, visto que o tratamento nestes casos não acelera o processo de recuperação. Mas existem cães que são predispostos geneticamente (passado de mãe para filhos), ou seja, tem um defeito em um tipo de célula de defesa, o linfócito T, e por isso, ao apresentarem a forma localizada logo apresentarão a forma generalizada, e nesse caso, não se deve procriar estes cães. Sabe-se que fatores estressantes, verminoses, alterações hormonais (como o cio), enfermidades debilitantes e imunossupressão medicamentosa, podem contribuir para o aparecimento das lesões.

Quando suspeitar da doença? Fique sempre atento a pele de seu cãozinho, se aparecerem manchas avermelhadas e queda de pêlo na cabeça ou membros torácicos, podendo ou não haver coceira e descamação, este quadro pode ser sugestivo de uma demodicose localizada, ou ainda, se essas lesões se apresentarem em mais de áreas, incluindo cabeça, patinhas da frente, tronco ou até mesmo todo o corpo, pode ser indicativo da forma generalizada. Alguns animais podem apresentar a forma localizada apenas nas partes mais distais das patinhas.

Como confirmar? O diagnóstico é simples, é feito um raspado de pele profundo e enviado ao laboratório.

É grave? Sim, a forma generalizada em especial, pode se complicar devido infecção secundária bacteriana, ou seja, as lesões podem ficar bem piores, e até mesmo drenar sangue ou pus. Nestes casos, a pele fica com um aspecto muito feio, escura, devido a hiperpigmentação, e por isso, era antigamente chamada de Sarna Negra. E quando chega neste estágio infeccionado, estas bactérias podem atingir a corrente sanguínea e levar a um quadro que chamamos de sepse, podendo levar a morte de seu animalzinho.

Tem cura? Por ser de origem genética, não há cura, porém, pode ser controlada. A forma juvenil e localizada, como dito antes, geralmente não necessita de tratamento, sendo sua remissão espontânea. Porém, na forma adulta ou generalizada, o controle é mais satisfatório quando forem tratadas as causas primárias, como imunossupressão. Existem algumas vertentes de tratamento, dentre elas, o uso de Amitraz, Lactonas Macrocíclicas, Selamectina, entre outros. A conduta varia de veterinário para veterinário, mas é importante que seja tratada tanto a causa primária, quanto as lesões de pele, para que não chegue a um quadro de infecção e piore o estado geral de seu animal.


Resumindo:
A sarna demodécica pode variar desde um quadro simples e que não necessita de tratamento, até um quadro grave, que pode levar a morte de seu animal. Mesmo seu diagnóstico sendo simples, o tratamento muitas vezes é frustante, e recidivas podem ocorrer. É uma doença que deve ser controlada, por isso, a melhor maneira de previni-la é manter seu cãozinho sempre saudável, com vacinas e vermifugação em dia, idas frequentes ao veterinário, boa alimentação e todos os cuidados que ele necessita.



Neste site (clique aqui) encontramos um cão com sarna demodécica em um estado lamentável, e que foi acolhido pela instituição, e seguem fotos de todo o processo de tratamento realizado, e o resultado final!! Vale muito a pena ver! Para um cão, que o dono não tinha condições de tratar, e o sacrifício foi cogitado, a melhora deste animal, para nós, que amamos os animais, é muito mais que especial e gratificante!! 



Obrigada, até a próxima! 

 

Fontes: Artigo SARNA DEMODÉCICA CANINA E SUAS NOVAS PERSPECTIVAS DE TRATAMENTO – REVISÃO
Foto - Artigo Eficácia das lactonas macrocíclicas sistêmicas (ivermectina e moxidectina)
na terapia da demodicidose canina generalizada

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Tobby


Pessoal, esse é o Tobby!
Uma amiga o encontrou em SP (cidade) e, como toda boa futura veterinária, pegou para cuidar!
Levou-o ao HV e, junto com outros amigos, financiaram sua cirurgia.
Ele estava atropelado, seu fêmur com fratura completa como mostra a radiografia.
Agora o Tobby está bem, se recuperando, porém, precisa de um lar!
Quem estiver interessado em um filhotinho de vira lata, seja em Londrina ou região e até mesmo em São Paulo, favor entrar em contato, pois ela não tem como ficar com o cachorro!

VAMOS AJUDAR O TOBBY A ARRANJAR UM LAR!!! =)

sábado, 5 de novembro de 2011

SÍNDROME VESTIBULAR EM CÃES


O sistema vestibular tem como função manter o equilíbrio, e o posicionamento normal da cabeça e dos olhos.
A síndrome vestibular pode ser classificada em PERIFÉRICA e CENTRAL.
Diferentes podem ser as CAUSAS para o desenvolvimento desta síndrome, como um problema congênito, otite interna, traumatismo de cabeça, neoplasia, idiopática (quando não se sabe a causa), iatrogênica (aquela causada pelo homem, principalmente durante a limpeza dos ouvidos dos cães), geriatrica, ototoxicidade por algum fármaco, substâncias químicas, hipotireoidismo, sendo estas as causas para a síndrome vestibular periféria.
E em casos de síndrome vestibular central as causas mais comuns são neoplasias, encefalites, menigoencefalites, trauma, deficiência de tiamina.
É importante que o veterinário saiba diferenciar a síndrome vestibular periférica da central.
Os sinais clínicos da periférica são: head tilt (torção de cabeça), nistagmo horizontal/rotacional (movimentos involuntários do globo ocular) e não faz nistagmo posicional , andar em círculos, desorientação, pode também desenvolver síndrome de horner.
Os sinais da central são: nistagmo horizontal/vertical/rotacional, este nistagmo é posicional e não posicional, head tilt, ataxia, perda da propriocepção, e alteração do estado mental.
A diferenciação entre a periférica e central é importante tanto para direcionar o clínico com relação a causa e também ao prognóstico (chances de cura) visando que a síndrome vestibular central é mais considerada mais grave.
Para o diagnóstico da causa dessa síndrome é importante para o clínico o histórico do animal, e com exames laboratoriais ir excluindo as possíveis causas, até chegar na causa mais provável e iniciar um tratamento, que será diferente para cada causa.

Referências: