quinta-feira, 26 de julho de 2012

Hérnia Perineal em cães



Resulta do enfraquecimento e separação dos músculos e fáscias que formam o diafragma pélvico, promovendo deslocamento caudal de órgãos no períneo. A doença é comum em cães machos, especialmente os não castrados, e rara em fêmeas. Maior incidência entre os 7 e 9 anos, podendo ser uni ou bilateral.
Em geral, ocorre entre os músculos esfíncter externo e elevador do ânus e, ocasionalmente, entre o elevador do ânus e coccígeo. A causa exata da fraqueza muscular é desconhecida, mas alguns fatores têm sido propostos, como atrofia muscular neurogênica ou senil, miopatias, aumento de volume da próstata, alterações hormonais e constipação crônica. Algumas raças apresentam predisposição, como o boston terrier, pequinês e boxer.
Os sinais clínicos mais citados são tenesmo, constipação e aumento de volume perineal, que pode ser redutível ou não. Se houver retroflexão da bexiga urinária, ocorrerão estrangúria, disúria e anúria. Vários conteúdos são encontrados no saco herniário, sendo comum a presença de fluido seroso.
O diagnóstico baseia-se na história clínica, sinais clínicos, exames físicos (a palpação retal é um dos exames mais importantes), radiográficos e ultrassom.
Existe uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos, sendo escolhido o melhor pelo médico veterinário que irá realizá-lo. Entre as técnicas cirúrgicas, as mais efetivas são as que utilizam transposições musculares. Se houver anormalidades retais associadas, estas devem ser corrigidas. Quando a hérnia é bilateral, as lesões podem ser corrigidas conjuntamente ou com intervalo entre os procedimentos cirúrgicos. Em casos de recidivas, podem ser utilizadas técnicas de correção. A orquiectomia é recomendada em associação à cirurgia por seus efeitos benéficos, lembrando que a castração não previne o enfraquecimento da musculatura do diafragma pélvico.


A utilização de antibióticos após 12 horas do procedimento cirúrgico é apenas indicada em pacientes debilitados ou com presença de tecidos isquêmicos, contaminados ou necróticos. A ferida cirúrgica deve ser mantida limpa, analgésicos e antiinflamatórios podem ser empregados para minimizar a dor e reduzir o edema. Situações de tenesmo devem ser controladas com uso de dietas ou laxantes para evitar esforço abdominal. O cão deve ser mantido com colar protetor até a retirada de pontos.
Muitas são as complicações observadas após o reparo de hérnias perineais. Entre elas, a lesão do nervo isquiático ou pudendo, incontinência fecal, infecção no local da incisão, deiscência de suturas, colocação de suturas no lúmen retal ou sacos anais, necrose da vesícula urinária, incontinência urinária, bem como a recorrência da hérnia.
As recidivas estão associadas à falha no isolamento das estruturas anatômicas, inadequada colocação de suturas ou escolha inapropriada de materiais de sutura. O tenesmo causado pela presença de divertículos e dilatações retais consiste em outro fator contribuinte para o processo. As taxas de recorrência variam conforme a técnica de correção utilizada, experiência do cirurgião, tempo de evolução da doença, conteúdo herniário e enfermidades associadas.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Doação de sangue para Andy!


PESSOAL...
UM AMIGO TEM UMA CADELA QUE ESTÁ PRECISANDO DE TRANSFUSÃO DE SANGUE.
CASO ALGUÉM TENHA CACHORRO GRANDE QUE POSSA DOAR, EU AGRADEÇO MUITO! É SÓ LEVAR O ANIMAL NA UEL (Universidade Estadual de Londrina) E DIZER QUE A DOAÇÃO É PARA A ANDY! A ID. DELA É 1882/12!
URGENTE!!!!!


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Síndrome de Wobbler em Equinos


A mielopatia cervical estenótica, conhecida como Síndrome de Wobbler ou Bam­beira, é uma enfermidade resultante da compressão da medula cervical. Essa alteração ocorre em virtude de distúrbios durante a formação das vértebras cervi­cais, fazendo com que duas vértebras adjacentes se articulem de forma imperfeita. É observada em cavalos de todas as raças, com maior frequência em Puro Sangue Inglês, principalmente em machos. Em geral, os animais demonstram a malformação vertebral cervical com menos de três anos de idade.
A etiologia inclui desequilíbrio nutricional de cavalos em fase de crescimento, exercícios vigorosos, lesões físicas e rápida taxa de crescimento. A maioria dos cavalos jovens com MVC têm várias manifestações de doenças ortopédicas do desenvolvimento. Não está esclarecido se há predisposição genética para essa afecção.
A compressão da medula espinhal é respon­sável pelos sinais clínicos de fraqueza ou paresia, ataxia, dor, espasticidade presente em todos os mem­bros e uma marcha anormal caracterizada pela oscilação. Devem ser consi­deradas no diagnóstico diferencial de outras doenças.
O diagnóstico envolve o reconhecimento dos sinais clínicos e da estenose do canal verte­bral, incluindo um exame neurológico completo, radiografia, mielografia cervical e estudo do líquor, levando-se em consideração o histórico do animal, dados sobre a raça, linha genética, nutrição e idade.
Os métodos de diagnóstico por imagem são bastante úteis no diagnóstico diferencial de outras doenças que cursam com sinais nervosos, como mieloencefalopatia protozoária equina, mielo­encefalopatia por herpes-vírus equino e traumas da medula, porque eles mostram alterações na conformação vertebral, assim como áreas de com­pressão da medula.
 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Urolitíase em cães

Cálculos urinários ou urólitos são concreções macroscópicas formadas no trato urinário que podem ser encontrados em qualquer uma de suas porções inferiores. Já as precipitações microscópicas são denominadas de cristais. Estes precipitados são chamados de urólitos ou cálculos urinários.
Alterações contínuas na composição da urina promovem a hipersaturação de substâncias eliminadas nesse líquido, que resulta em sua precipitação e subseqüente formação de urólitos.
Os fatores contribuintes para esse processo são: concentração elevada de sais na urina, tempo suficiente no trato urinário, pH favorável, formação de um núcleo central ou foco e redução da concentração de inibidores da cristalização na urina. A elevada ingestão nutricional de minerais e proteína e a capacidade de produzir urina altamente concentrada também contribuem para a hipersaturação da urina.
Os urólitos são classificados de acordo com sua forma, composição mineral e localização. Podem ter qualquer tamanho, ser duros, relativamente moles, brancos ou amarelos, lisos ou ásperos, arredondados ou facetados, múltiplos ou simples.
A constituição dos cálculos urinários varia muito. Cálculos formados por fosfato de amônio e magnésio (estruvita) são os mais comuns, seguidos por oxalato de cálcio, urato, silicato, cistina e tipos mistos.
Pequenos urólitos presentes na bexiga geralmente transitam até a uretra durante a fase de eliminação da micção. A obstrução é mais comumente observada em machos devido a uretra ser mais longa e mais estreita e cálculos com diâmetro ligeiramente menor que o diâmetro do lúmen uretral podem alojar-se depois do osso peniano e essa parece ser a localização mais freqüente desses urólitos. Fêmeas são menos suscetíveis a essa complicação por possuírem uretra mais curta e calibrosa. Quando ocorre obstrução e disúria nas fêmeas, os cálculos estão comumente localizados na pelve renal ou na bexiga.
Os urólitos podem lesar o epitélio causando inflamação com achados típicos de hematúria, polaciúria, disúria-estrangúria, além de predispor o animal ao desenvolvimento de infecção bacteriana no trato urinário. Associadas à infecção do trato urinário, septicemia e destruição do parênquima renal podem ocorrer em poucos dias nos animais com obstrução completa. Ocorrendo obstrução persistente, ambos os rins podem ser afetados resultando em uremia.
A mera presença de urólitos no sistema urinário nem sempre implica na necessidade de sua remoção; porém os urólitos resultando em sinais de disúria, hematúria, infecção do trato urinário, incontinência, obstrução ou azotemia, devem ser imediatamente tratados.
A urolitíase é normalmente diagnosticada através da combinação de anamnese, exame físico, urinálise, achados radiográficos e ultrasonográficos para a diferenciação entre urólitos e a infecção do trato urinário, neoplasia do trato urinário, pólipos, coágulos sangüíneos e anomalias urogenitais. Estes exames auxiliam no estabelecimento de um tratamento adequado para cada tipo de urólito.

O tratamento de urolitíase pode ser clínico, através da dissolução e/ou interrupção do crescimento subseqüente dos urólitos, ou cirúrgico através da remoção cirúrgica. O acompanhamento da terapia somado a um programa preventivo garante menor taxa de recidiva na maioria dos casos.
Além da dissolução clínica dos urólitos, a micção forçada por compressão da bexiga e a remoção por urohidropropulsão podem ser utilizadas como forma não cirúrgica de retirada de cistourólitos em alguns animais.
A dieta é a principal forma de se evitar recidivas dos urólitos em animais com predisposição a tê-los. O alimento fornece energia e nutrientes para o animal, sendo que alguns deles são essenciais e devem estar presentes na dieta. A quantidade de cada nutriente a ser oferecida na dieta deve ser adaptada em função do tipo de urólito do animal.
Em caso de recidiva da ITU, estará indicado o tratamento, por período indeterminado, com doses profiláticas de agentes antibióticos que sejam eliminados pela urina, em concentrações elevadas.

Postagens Relacionadas

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...