Os osteossarcomas são os tumores
ósseos primários mais comuns em cães, 80% a 95% das neoplasias ósseas
diagnosticadas, sendo de ocorrência menos freqüente no gato.
É um tumor mesenquimal maligno de
células ósseas primitivas que histologicamente é composto por células
mesenquimais anaplásicas que produzem osteóides. Localmente invasivo e
rapidamente metastático, com forte predileção pelo pulmão.
O OSA apendicular é observado com
maior freqüência em cães de meia idade e idosos, de raças grandes e gigantes, mais
em cães pesados, como: São Bernardo, Rottweiler, Doberman, Pastor Alemão,
Golden Retriever, Boxer, Labrador e Mastiff.
A maioria surge do canal medular
dos ossos longos, podendo algumas vezes originar-se na cortical e no periósteo,
e a região metafisária é o sítio primário mais comum de ocorrência. Os membros
torácicos são mais acometidos que os pélvicos.
A etiologia permanece desconhecida. Existem relatos de OSA
apendicular em fraturas não tratadas, osteomielite crônica e nos sítios prévios
de fraturas associados a implantes metálicos ou enxerto cortical. A radiação
tem sido relatada como uma causa. Alterações genéticas foram observadas em cães
com OSA e relatadas como um importante fator de risco para o desenvolvimento
deste tumor.
Cães com osteossarcoma
apendicular são comumente apresentados com claudicação, inchaço e edema no
membro afetado. A massa é geralmente firme e dolorosa à palpação.
Animais com diagnóstico
radiográfico de metástases podem permanecer assintomáticos por muitos meses,
entretanto, alguns se tornam apáticos e anoréxicos dentro de um mês, podendo
apresentar tosse, dispnéia, perda de peso e fraqueza.
O diagnóstico tem como base a
história clínica, exame físico, radiográfico e citológico, sendo a confirmação,
muitas vezes, feita por biópsia e exame histopatológico.
O exame radiográfico é o método
mais utilizado para o diagnóstico, porém é apenas sugestivo, pois o aspecto
radiográfico pode ser variável.
A citologia aspirativa com agulha
fina pode propiciar o diagnóstico definitivo como meio menos invasivo e
relativamente barato. Uma biópsia de tecido pode também ser usada para
diagnóstico citológico preliminar, obtendo-se uma impressão sobre lâmina.
Também é de extrema valia o uso
de outros recursos como a cintilografia, tomografia ou ressonância magnética,
que mais detalhadamente avaliam a neoplasia quanto a sua característica e
extensão.
Confirmado OSA, há muitas opções
de tratamento e controle da doença na tentativa de conseguir boa qualidade de
vida, triada nos resultados dos exames.
O primeiro tratamento para OSA
apendicular em cães é a amputação do membro afetado. Sua principal vantagem é
que o procedimento proporciona a ressecção completa do tumor primário e
conseqüente alívio da dor, sendo considerada tratamento paliativo. Depois da
amputação, 70% a 90% dos cães desenvolvem metástase pulmonar com até um ano de
cirurgia, sendo que 85% dos cães morrem de doença metastática. Os 15% restantes
são considerados curados.
Metastectomia pulmonar é descrita
como um procedimento que pode contribuir significativamente, aumentando o tempo
de sobrevida de cães acometidos por metástase pulmonar.
A resposta individual de cães à
quimioterapia é imprevisível, podendo resultar em insucesso. No entanto, a
administração de uma droga citotóxica é necessária em face da doença
metastática para diminuir a carga total do tumor, prolongar o intervalo livre
da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. Em cães com metástase
clinicamente ou radiograficamente detectável, a quimioterapia parece ser
usualmente inefetiva.
A radioterapia como tratamento,
pode ocasionar o alívio ou até remissão da dor por longos períodos e o retardo
do crescimento neoplásico e sua combinação com a cirurgia pode prolongar
significativamente a sobrevida dos pacientes, podendo, às vezes, ser curativa.
Cães jovens parecem apresentar a
doença biologicamente mais agressiva e um tempo de sobrevida mais curto. Quando
localizados na porção proximal do úmero ou em animais com peso superior a 40Kg,
parecem estar também associados a menor taxa de sobrevida. O OSA apendicular, quando
tem origem periosteal, é considerado de alto grau de malignidade, mais invasivo
e potencialmente metastático.
A presença de metástase,
detectada no momento do diagnóstico do ostessarcoma, é reconhecida como um
fator de prognóstico pobre, sendo o tratamento menos efetivo em aumentar o
tempo de sobrevida.
Níveis elevados de fosfatase
alcalina são também fatores de tempo de sobrevida mais curto, mesmo quando
tratados agressivamente.
Revista Científica Eletrônica de Medicina VeterináriaOncologia Pet