O Tumor Venéreo Transmissível é considerado uma neoplasia de
células redondas da mucosa da genitália externa de cães machos e fêmeas,
transmitido durante o coito, através da transferência de células neoplásicas de
um animal para outro.
Este tumor apresenta-se como uma massa ulcerada em aspecto de
couve-flor que acomete além das genitálias, a cavidade oral, o pavilhão
auditivo, baço, rim, fígado, pulmão, globo ocular, região anal, pele, faringe,
encéfalo, ovários e prepúcio, mesmo sendo em menor freqüência. Essas metástases
provavelmente são causadas pelo hábito da lambedura e arranhadura que
predispõem a pele à implantação de células tumorais.
O TVT tem baixo potencial metastático, sendo por isso mais
facilmente combatido. A metástase pode ocorrer nos linfonodos. Não há
predileção racial ou sexual para o desenvolvimento da doença, a qual ocorre em
animais sexualmente ativos, geralmente localizados em populações urbanas
lotadas. É o tumor de maior incidência no Brasil por conta dos animais soltos
nas ruas, sem um controle de natalidade e programa de castração.
Os TVTs podem ser solitários ou múltiplos, constituídos por
massas friáveis, hemorrágicas, necróticas ou traumatizadas.
Os sinais clínicos variam conforme a sua localização. O local
mais comum na cadela é a região caudal da vagina. No macho, ocorre mais comumente
na região caudal do pênis.
É comum haver lambeduras da genitália externa após um tipo
sanguinolento de secreção vaginal e prepucial, uma cistite ou peritonite,
juntamente com o crescimento tumoral em forma de massa do órgão. Cães com TVT
estão geralmente acometidos por bacteriúria no orifício uretral, favorecendo
retenções de urina. O tumor lobulado, friável e sanguinolento localizado na
região nasal causa dispnéia, respiração com a boca aberta, corrimento nasal,
espirros e edema local. No pênis, as lesões progridem para massas lobuladas e
avermelhadas com sangue constante e aspecto de couve-flor ulcerada. Na pele apresenta-se como nodulações isoladas ou
múltiplas.
A metástase do TVT é descrita como sendo baixa, facilitando a regressão
espontânea do tumor.
O diagnóstico é feito através do histórico do animal, exame
clínico, o histopatológico e o exame citológico.
O tratamento pode ser feito com a retirada cirúrgica,
radioterapia e quimioterapia, sendo o mais usado à base de quimioterápicos
citotóxicos, como o sulfato de vincristina isoladamente ou em associação com
outros quimioterápicos. A cada aplicação, o tumor vai regredindo até
desaparecer. Esse tipo de tratamento pode ter alguns efeitos colaterais como:
dispnéia aguda, broncoespasmos, elevação do ácido úrico, perda de pêlo,
distúrbios neuromusculares, constipação, perda de peso, náuseas dentre outros
sinais.
A diversidade na forma de apresentação da neoplasia reforça a
necessidade de biópsias e exames histopatológicos para um diagnóstico,
prognóstico e tratamento adequados e eficientes na regressão e total eliminação
das células tumorais.
O tratamento mais efetivo, até o momento, tem sido o tratamento
quimioterápico com a utilização de vincristina, associada ou não a outras
drogas.
A melhor prevenção é não deixar o animal saudável cruzar com
animais doentes já que essa doença é transmitida pelo ato sexual ou, melhor
ainda, a castração.
Revista Veterinária
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